Existem três maneiras possíveis de ouvir música:
- com o corpo, com o coração e com a cabeça.
Ouvir com o corpo é o que faz o freqüentador de uma danceteria: deixar que todo o ser fique impregnado pela música, que transcende o ouvido, impulsionando irresistivelmente todos os membros. Da mesma forma um atleta de uma academia de aeróbica que faz exercícios físicos dissociados num ritmo frenético de uma música alucinante com o som extremamente alto.
Já ouvir com o coração é utilizar a música como veículo para nossas emoções internas. É colocar no aparelho de som, depois de uma conquista amorosa ou precedendo um grande encontro um disco cheio de canções de amor. Depois de um dia de trabalho duro e estressante, ouvir uma música bem calma, tipo sons da natureza para relaxar. Ou como fonte de inspiração para a realização de uma obra de arte, ouvir uma música clássica ou new age.
A terceira maneira, ouvir com a cabeça: É perceber e diferenciar harmonização rítmica de harmonização melódica de uma canção.Com sensibilidade auditiva "ouvir estruturas", prestar atenção na música, tentar discernir sua forma, sua estrutura, como ela se organiza e onde ela chega (se é que chega). Ter interesse por um tema, prestar atenção por todo um movimento (as partes que compõem uma obra orquestral). É um aprendizado contínuo e infindável.
Na Biodança utilizamos as três formas de ouvir música, distintamente, sendo fundamental sentir a música com o coração para que possamos dar asas a nossa imaginação, trabalhar as emoções e principalmente estimular os nossos sentimentos de forma positiva, compartilhando com outras pessoas momentos de prazer e alegria.
Ouvir com o corpo desde que seja direcionada de maneira harmoniosa, orgânica e sinérgica, (ao contrário do que ocorre nas danceterias e academias de aeróbica) também é muito utilizada na Biodança principalmente nas linhas da Vitalidade e Criatividade, aquecimento, revitalização e ativação de grupo.
Já ouvir com a cabeça não deve ser uma preocupação dos praticantes de Biodança que devem dar férias para os pensamentos durante uma vivência, mas sim do facilitador que a conduz, pelo fato de que deverá estar muito atento para sempre haver coerência na relação ritmo musical e movimento corporal , combinando determinado tipo de música para o seu exercício correspondente não podendo haver incongruências.
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