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05/03 - Biodança é alternativa para uma vida melhor

Khadine Novaczyk

Especial para o Viva Bem

Como ter uma qualidade de vida melhor? Essa é a grande questão dos tempos atuais. A verdade é que cada um procura uma saída, aquela com que se adapta melhor. Uma alternativa existente em Cuiabá há algum tempo, mas que muitos ainda não conhecem é a biodança.

"Biodança é uma terapia com a música", esclarece a professora Cibele Lemes. Esta técnica foi criada há 40 anos pelo chileno Rolando Toro Araneda e se fundamenta em estudos antropológicos sobre a dança e em antigos ritos de celebração da vida.

É composta de exercícios e músicas organizados segundo um modelo teórico. As aulas são chamadas de vivências e sempre são em grupos. "Não existe biodança individual", frisa Cibele. E os professores podem ser chamados também de facilitadores. "Nós não analisamos os alunos só mostramos como são os exercícios e ajudamos na medida que podemos. Mas quem percebe a si mesmo é o próprio aluno", observa.

As vivências são situações de encontro onde a pessoa pode expressar-se diante do outro com os exercícios que são passados. "É muito fácil dizer eu quero ser uma pessoa melhor e viajar para se isolar em uma montanha. O difícil é ficar entre todo mundo onde você pode ficar irritado, nervoso, com vergonha. Isso existe e precisamos saber lidar com essas coisas", argumenta.

A biodança trabalha em primeiro lugar com a pessoa em si, fazendo com que ela se aceite como é, com suas qualidades e limitações. Depois ensina a estar com o outro e por último com um todo. O objetivo é melhorar a vida aumentando a saúde, aprimorando a comunicação afetiva e estimulando a criatividade, não só artística mas também a existencial. Ela trabalha com cinco linhas: vitalidade, afetividade, criatividade, transcendência e sexualidade.

"Hoje é mais fácil você ter um vínculo sexual do que afetivo. E a biodança recupera essa capacidade de ter afeto", diz Cibele. "A vitalidade é importante porque sem ela não realizamos nossos sonhos. Temos que ter prazer de viver e não sermos simplesmente máquina produtoras", completa.

A criatividade existencial é trabalhada nas aulas fazendo com que a pessoa perceba o que é melhor para ela. E ensina a qualificar o outro ao invés de só desqualificar. "A gente tem que saber elogiar também. A desqualificação despotencializa o ser humano", ressalta a professora.

"Outro ponto em que a respeito do existencialismo é viver no presente. Você não pode ficar sempre pensando nas coisas que já aconteceram. Mas sim no que quer fazer daqui para frente", afirma Cibele.

Vale deixar claro que a biodança não é uma terapia alternativa, mas sim científica por ter todo um estudo fundamentado cientificamente. E no país a carência por professores é grande. "No ano passado a Organização das Nações Unidas (ONU) requisitou 40 profissionais do Brasil para trabalhar com crianças traumatizadas de guerra. E não foi possível reunir tanta gente", lembra Cibele.

Por isso a Escola de Biodança de Cuiabá estará abrindo uma nova turma para quem estiver interessado em trabalhar na área. São quatro anos de formação e o único pré-requisito é estar cursando ou já ter cursado um curso do ensino superior. "Esta é uma profissão nova e existem milhares de campos para se especializar como por exemplo empresarial, aquático, patologias clínicas, terceira idade, gestante e outros", diz Cibele.

FONTE: Jornal a Gazeta - MT
DATA: 20/05/2005