Música desde a infância

A musicoterapia é uma forma de tratamento que utiliza a música para ajudar as pessoas a tratar problemas tanto de ordem física quanto de ordem emocional ou mental.
O musicoterapeuta pode utilizar apenas um som, recorrer a apenas um ritmo, escolher uma música conhecida, levar o paciente a criar sua própria música, a cantar ou a dançar. Tudo depende da disponibilidade e da vontade do paciente e dos objetivos do musicoterapeuta. A música ajuda porque é um elemento com que todo mundo tem contato. Através dos tempos, cada um de nós sempre teve, e ainda tem, a música em sua vida.
As indicações da musicoterapia são variadas. Ela tanto pode ajudar crianças com deficiência mental quanto pacientes com problemas motores, aqueles que tenham tido derrame, os portadores de doenças mentais, como o psicótico, ou ainda pessoas com depressão,estressadas ou tensas.Tem servido também para cuidar de aidéticos e indivíduos com câncer. Não há restrição de idade: desde bebês com menos de um ano até pessoas bem idosas podem ser beneficiadas.

"Quanto mais cedo se trabalha o paciente, mais se criam condições para que ele evolua". Mesmo crianças menores de oito meses, ou aquelas consideradas "de risco" costumam ter progressos com a musicoterapia. Quando se percebe que se trata de uma criança de risco, começamos a trabalhar uma estimulação essencial para prevenir que se instalem problemas futuros. Mas o que seria esta estimulação essencial? É fundamental ter em mente a importância da música: como ela não é verbal, permite àqueles que não podem, não conseguem, ou não querem comunica-se verbalmente,  um outro tipo de comunicação  com seus pares, através de som, ritmo e  melodias.  Alguém que tenha  ficado  com a fala prejudicada (afasia) depois de um acidente vascular encefálico, por exemplo, poderá comunicar-se através da música.

Outro exemplo? Como a música permite e possibilita que o indivíduo expresse seu mundo interno, o terapeuta pode procurar os fatores que levam um paciente à depressão. "Um problema que não se consiga exprimir verbalmente, muitas vezes pode ser expresso através da música. Seja uma música conhecida, que fale de sentimentos próximos a ele, seja criando uma outra que o ajude a expressar e a lidar melhor com um dos aspectos de seu problema. Nas sessões de tratamento, o paciente também pode tocar um instrumento, cantar, dançar, mesmo sem saber música. "Qualquer um de nós é capaz de começar a cantar''.

É bom lembrar que a proposta da musicoterapia é tratar uma doença não curá-la. "Quando o pai de uma criança autista coloca música para o filho, muitas vezes se frustra quando ele não esboça qualquer reação, preso em seu mundo interior. O terapeuta, neste caso, tem a função de ajudar a criança a sair deste quadro de isolamento típico da doença ".

Instrumentos musicais, discos, fitas, canto, movimentos e expressão corporal. A musicoterapia lança mão de todos os recursos para estimular o paciente a tocar, a dançar, a se expressar com a música. Ao começar o tratamento, o terapeuta recolhe três histórias do paciente: sua história de vida (antigos traumas, etc.) a história clínica (que doenças teve) e sua história sonoro-musical. Porque não se trata apenas das músicas prontas, as que o paciente gosta ou não gosta, mas também dos sons que fizeram parte de sua vida desde o nascimento. "Nesta história, tudo é incluído, desde instrumentos, compositores, cantores, gêneros musicais...  Porque é a partir desta bagagem sonora que o musicoterapeuta irá trabalhar.

Um bom exemplo disso tem sido o uso da musicoteapia no auxílio do tratamento da doença de Alzheimer. Progressiva e degenerativa, entre seus primeiros sinais estão os esquecimentos, a dificuldade de estabelecer diálogos, as mudanças de atitude e a atenção e a concentração diminuídas. A musicoterapia ajuda a estimular a memória, a atenção e a concentração, o contato com a realidade e o esforço da identidade. Trabalha-se ainda a estimulação sensorial, a auto-estima e a expressão dos sentimentos e emoções. A música como terapia torna os obstáculos da doença mais amenos.
Com uma formação que abrange desde conhecimentos sobre psicopatologia geral, psicomotricidade, antropologia até o aprendizado de instrumentos como violão, flauta doce e piano, os terapeutas habilitam-se a usar a música como técnica terapêutica.

A musicoterapia bem elaborada por um profissional qualificado e competente, tem muito em comum com a Biodança.